Pouco antes de sentar-se na cadeira para escrever seu ultimo post ( Meus amados Demônios), Lie havia sido informada pela monitora que, na verdade, quem teria de se mudar para o quarto 174 da ala norte seria ela, e não sua companheira de quarto, que havia ocorrido um mal entendido e que ela tinha até o toque de recolher para levar suas coisas para seu novo quarto.
Indiferente, disse que tudo bem, e começou logo a arrumar suas roupas e pertences pessoais; queria chegar o quanto antes ao novo quarto para conhecer sua nova colega de quarto, que seria ninguém menos que Melissa Van Roas, aquela de quem planejava roubar a popularidade, estava muito ansiosa para analisá-la e calcular como destruí-la, quase como uma inquietação.
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Uma inquietação que com o tempo foi visivelmente evoluindo para um desespero, ao passo que ela revirava suas coisas, cada vez mais freneticamente, em busca daquela foto que não conseguia encontrar; era a foto que Lie guardava deis dê pequena, de sua mãe e seu pai juntos durante sua lua de mel; eles estavam sentados em um banco, tomando sorvete em pleno inverno, em uma calçada qualquer de Paris. A foto estava datada em novembro de 1989, velha e um pouco escurecida pelas chamas; era a única foto dos pais que lhe restou.
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As vezes Lie não conseguia se lembrar do rosto de sua mãe, e isso a aterrorizava, por isso mantinha aquela foto sempre ao alcance, para caso esquecesse do rosto de seus pais novamente. Mas agora ela havia desaparecido.
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Lie ajoelhou-se no chão e fechou os olhos com força, até que eles lacrimejassem; tentou desesperadamente lembrar-se do rosto de seus pais. A imagem de uma casal tomando sorvete em um banco vinha a sua mente mas não os reconhecia, não eram os rostos de seus pais. Forçou mais ainda as pálpebras, mas os rostos continuavam ocultos em sua memória, só enchergava um casal qualquer sentado em uma banco qualquer, até que lentamente a imagem começou a se dissolver em sua mente, assim como óleo escorrendo por entre seus dedos, até que já não restasse mais nada em sua memória alem das tão temidas trevas.
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Nesse instante Lie abriu os olhos assustada, mas não consegue enxergar nada alem da escuridão, como se estivesse cega. E nesse mesmo instante, deu-se conta então de que já não estava mais em seu quarto, tão pouco no colégio especial Herts.
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Silenciosamente, começou a engatinhar tateando ao seu redor, atenta. {((Uma parede))}. Levantando-se com cuidado, começa então a tatear pela parece, em busca de alguma coisa como um interruptor, mas como ela bem sabia, ele já não estava mais lá. “Não é real. Não é real.” Murmurava para si mesma enquanto procurava em vão pelo interruptor. Estava tremendo como se tudo tivesse ficado friu de repente, mas ainda assim continuou a andar para o nada, apoiada na parte, até que algo de repente a agarra pelas costas fazendo-a saltar um grito.
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- Me larga. – disse secamente para as sombras – Eu disse para me soltar! – e golpeia a escuridão atrais de si com o cotovelo.
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- Hei calma! Eu só quero conversar – Diz uma voz melodiosa vinda das trevas
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- Eu não tenho nada para conversar com você, me deixe em paz!
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Conseguindo libertar-se daquelas mão que a seguravam, Lie começa a caminhar rapidamente para longe da parede, ignorando o desconhecido e quaisquer outras coisas que poderiam ocultarem-se nele.
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Até que inevitavelmente, tropeça em algo e cai.
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- Droga! – Pragueja para si mesma em voz baixa.
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- Não vai deixar eu te ajudar? – Diz novamente a voz melodiosa, porem dessa vez distante e irônica.
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- Não seja cínico – Diz Lie com tom de desprezo, enquanto tenta se levantar.
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A voz solta uma riso e de repente tudo fica claro de novo, e Lie pode enfim enxergar seu quarto outra vez, porem o ambiente ainda continuava irritantemente frio. E logo mais adiante, sentado folgadamente sobre sua cama estava Pluto, com seu típico sorriso irônico estampado na cara.
Pluto é alto e magro, com cabelos ondulados e escuros como os olhos, e tem o péssimo habito de apagar as luzes e deixar tudo frio de vez em quando. É do tipo de cara que pessoas que eu não gostaria de conhecer gostariam de conhecer; sempre foi assim, e provavelmente nunca vai mudar. E ele adora dar uma de cafajeste.
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- Como vai? – perguntou ele sorrindo ainda mais, se é que isso é possível.
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- Vá para o inferno. – Disse Lie sem olhar para ele, enquanto continuava a arrumar suas coisas indiferentemente.
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- Será que isso é mesmo necessário? – Disse ele melosamente, e um segundo depois estava bem atrais de Lie, abraçando-a firmemente pelas costas, para então vira-la de frente para si e jogando-a sobre a cama onde a pouco estavam arrumando suas coisas na mala.
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- Pluto! Me solta! – Gritou Lie entre os dentes, tentando não chamar a atenção de ninguém.
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- Vamos lá, você não me engana – Pluto prendera Lie pelos pulsos sobre a cama, e estava agora sobre ela cochichando em seu ouvido com sua voz mais sedutora; - Você adora tudo isso, e faz tempo que não brincamos assim...
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Seus lábios estavam tão próximos do ouvido de Lie, que ela podia sentir o calor de suas palavras penetrando em sua mente, assim como o calor de seu hálito aquecendo sua carne que ainda tremia; podia sentir em todos os músculos de seu corpo como Pluto esbanjava indecentemente de seu peso para aprisiona-la sob seu corpo.
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- Por favor... Pluto, para – implorava a garota, enquanto podia apenas observar suas barreiras sendo derrubadas enquanto o demônio descia os lábios por seu pescoço fazendo seu corpo se contorcer.
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Ela começou a perder as forças para resistir. Enquanto um misto de tristeza, saudades e desejo dominavam seu corpo, confundindo seus pensamentos; os segundos começaram a se arrastar, de modo que ela podia sentir cada centímetro de seu ser sendo consumido lentamente por aquele calor ardente que a acolhia e hipnotizava.
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- Pluto, já chega. – Disse outra voz masculina, logo atrais de Pluto; era Apolion.
Delicadamente Pluto interrompe seus beijos e vira o rosto para avistar seu companheiro parado perto da janela olhando perdidamente pela paisagem do campus; então voltou novamente os olhos para o rosto da garota dando um beijo em seu queixo; e no instante seguinte, estava novamente sentado fogosamente sobre a outra cama.
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Apolion havia aparecido do nada, e estava agora pacificamente observando qualquer coisa pela janela, ele costumava observar muito as coisas; as vezes Lie tinha a sensação de que ele estava escondido em qualquer lugar observando-a. Ele era muito bonito, pouco mais alto que Pluto, e bem mais forte, tinha um ar de grandeza que inspirava algum Deus antigo, principalmente por conta de seus olhos, pretos e roxos. Até mesmo Pluto o respeitava.
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Lie se levanta furiosa, limpou o rosto e começou a socar o resto das roupas na mala para então seguir em direção a porta sem dizer si quer uma palavra. Apolion continua indiferente, com o olhar perdido em seus pensamentos. Pluto solta um sorriso irônico e desaparecera novamente no ar, para reaparecer um instante depois em outro lugar.
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